Amarei enquanto recordar...
Atento à companhia do vento pude ter todo momento.
Todo momento ao teu lado, junto ao teu espaço,
este tão amado que em minha memória foi deixado.
Deixado tudo o que foi teu, e que agora também é meu.
Amarei enquanto recordar...
Enquanto recordar o instante em que tu me fizeste novo,
devolvendo-me a vontade do todo.
Da vez que teu calor abrigou minha tristeza,
dissipando em cada toque a inerte frieza.
Enquanto viver a intensidade de teus olhos vivos,
na certeza de que alimentarei minha alma de sentidos.
Em todo o tempo em que recordar sua direção,
o seu caminho a trilhar,
neste misto de desvios que não levam a amar.
Verei tua face nas ruas, estrelas ou em qualquer elo...
Desta a composição que faz de ti a singela tradução do belo.
Amarei enquanto ter o prazer de ver sua face despertando,
junto a mim neste leito de amor espontâneo.
Quando perceber que nossas vidas foram única razão,
não mais os planos individualistas que enterraram a paixão.
Amarei quando aprender a enxergar com o coração
o caminho deixado pela palavra...
assim como a prece que a mim foi destinada.
Decerto amarei sempre que o dia ansiar pela sua presença,
esperançoso por cada oportunidade em que tu se faz a própria consciência.
Amarei enquanto me chamarem de louco,
pois toda racionalidade impotente durará tão pouco.
Enquanto perder a hora, dinheiro e espaço,
somente por conquistar de ti mais um tenro abraço.
Enquanto sair e fizer o contrário do que sempre esperam.
Jogando tudo pro alto
e fazendo do enlace o único céu que nos revelam.
Enquanto eu aprender a tapar os olhos e mesmo assim te contemplar,
neste o dom divino a quem se dedicou a amar.
Sempre que confundir no horizonte a alvorada com o teu sorriso,
este gesto breve que a tudo deu motivo.
Quando eu não ter rumo e você a direção,
fazendo de ti uma flor no deserto a quem não creu até então.
Ali, quando abrir a porta de casa e olhar para tudo o que passou...
Usufruir o prazer de ter você ao lado,
sendo o único encanto que restou.
Amarei enquanto lembrar nosso amor...
o vivido no peito de quem tanto amou em ardor...
Rodrigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário