Rock? in Rio 2011
Pois é, 2011, foi o ano de mais um Rock In Rio na terra que o gerou. Beleza. Maravilha. Transmissão nas maiores redes de televisão, utilização de diferentes possibilidades de mídia... Mas e aí, qual foi o verdadeiro espírito deste concerto, denominado Rock?
Mais que instrumentos juntos em harmonia, solos agudos, baixos graves, batera coordenando a festa... O rock é o grito da rebeldia. Pelo menos nasce com este protocolo. Expressão de jovens reclusos, afastados da normalidade social que os reprimem, simplesmente por manifestarem opiniões divergentes às que estão em voga.
Se antes a essência do rock é a manifestação que leva gerações a mudanças, liderando-as no processo do direito de expressão, creio que agora não passa de um velhinho de fábula encantada, o qual perde todo o seu encanto. Triste, pois, particularmente, a música (sobretudo o rock) me levou a crer em uma ideologia, e por ela ser, não fingir, portar-se no mundo como indivíduo independente. Pelo menos na fronteira do pensar.
Dantes levantaram a bandeira em prol de objetivos, a súplica da liberdade era mantida pela ação. Ação conjunta, nascida num princípio: transformar o mundo. Utopia de adolescente? Pode ser. Entretanto, todo jovem ao ouvir as bandas, ou o cantor favorito, imaginou-se à frente de um pelotão que lutaria por um mundo melhor. E qual era a trilha sonora? O bom e velhinho, hoje carcomido, Rock and Roll.
Devaneios juvenis, ingênuos... Acima de tudo idealista, que sabe onde quer ir. Devo ao rock, às batidas e distorções que me levaram à energia da criticidade. Quanto a este evento, não o chamo de rock, é um nome de peso, pois balançou a história com riffs desconcertantes.
E a todos que já ouviram falar do mítico Woodstock... Há anos tentam imitá-lo, mas não vão conseguir, sabe por quê?
Porque ele foi movido por ideologia.
"Ideologia, eu quero uma pra viver".
Cazuza
Rodrigo.
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