Ameba´s Reflexão - Juramento de amigo

Juramento de amigo

   Entre tantas experiências que marcam a vida, talvez uma todos tenham vivido: o juramento de amigo. 
   Tudo começa pelo desconhecido. Desconhecimento sobre a pessoa que está logo ali, bem perto... e sem saber o por quê, há uma inclinação à primeira vista. O segundo passo é a aproximação. É a consequência dos hábitos, trejeitos e desejos comuns; neste momento criamos certa convicção: "ela se parece comigo".
   Conforme o decorrer do tempo: a maturidade. Esta fase sublime, onde não conseguimos viver sem ele/ela. Todas as ações e vivências parecem mais intensas...Se tivermos aquela presença ao lado. Firmado os abraços, e querer bem, a provável solidificação afetiva provocada no coração. A confiança no outro, que faz seu mundo melhor, é construída. Então há a prova real, pois tudo o que é verdadeiro suporta o tempo. É neste instante que as juras são quebradas...fazendo de nós um poço de incertezas. As promessas feitas naquela tarde se confundiram com o vento, o instante que jurou ser eterno se esvaiu pelo ar, deixando na atmosfera apenas o vazio da incredulidade. 
   Onde estariam as palavras ditas? Onde estaria a carta ao sentimento, a qual guardava o termo da duradoura amizade? Talvez a desculpa seja o tempo. Aliás, a falta de tempo. Afinal, a realidade contemporânea comprime ações, sonhos, planejamentos, etc. Tal resposta seria até razoável, se pensarmos com o mínimo de consciência que há em nós. Porém, se pensarmos com os valores essenciais que nos transformam, a decepção será a resposta das incertezas. 
    Decepção por crer que a amizade "é" fugaz, simplesmente circunstancial. Por não assumir o erro em não persistir na relação que verdadeiramente completa o vazio. Decepção pelas escolhas feitas, e que se tornam supérfluas perante o valor da cumplicidade. 
   Quando lembro do juramento de amigo, em que tudo seria para sempre, não quero crer que tudo foi em vão... Muito menos acreditar que o sentimento recíproco foi trocado por algo qualquer. Quero guardar com carinho, como também quero aprender  que somos seres inconstantes, incapazes de nutrir o que realmente é fundamental para se viver. Das juras sobrou a distância, o abismo da saudade... Daquele tempo em que corríamos, pulávamos, conversávamos, ouvíamos o silêncio, e planejávamos o amanhã.
   Antes tão conhecidos, hoje dois desconhecidos. Não quero acreditar que o tempo é forte para isso. Tenho a convicção de que fomos fracos perante tamanha imensidão: amizade.

                                                                                                                                    Rodrigo.

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